quinta-feira, 22 de julho de 2010

Amantes: não há "felizes para sempre"

Há homens que nunca disseram para a mulher da sua vida "o que eu posso fazer para te tornar mais feliz?", "ensine-me a te amar", "onde falhei com você e não percebi?" São heróis entrinchei­rados com temor de se exporem. Têm medo de ser apenas um ser humano. Falam de tudo, mas não de si mesmos. Seu "eu" está doente e sua capaci­dade de amar, fragilizada e fragmentada.
Por outro lado, há mulheres que jamais pergun­taram aos seus homens "quais são seus sonhos?", "o que eu posso fazer para irrigá-los?", "o que te torna feliz?", "como posso contribuir para fazê-lo mais tranquilo?". Elas, às vezes, são pessimistas e excessivamente críticas. Reclamam da alienação e da insensibilidade deles, mas não sabem desarma­dos. Não sabem que dentro de um gigante existe uma criança querendo respirar. Nem muito menos sabem fazer um marketing pessoal ou exaltar sua auto-estima; ao contrário, exaltam seus defeitos, in­clusive do seu corpo, defeitos esses que estão super-dimensionados ou apenas na cabeça delas.
Homens e mulheres querem o perfume das flo­res, mas não têm coragem de cultivá-las. O amor é a mais delicada planta do território da emoção. Sem cuidado, ela não sobrevive. Sem proteção, o amor mais ardente não resiste aos invernos do pro­cesso existencial.
O amor dos romances, o "felizes para sempre", não tem eco nas páginas da psicologia nem nos tex­tos da sociologia. Se você não quiser experimentar frustrações ou decepções é melhor ficar longe do amor, pois se amar deve saber que, por melhor que seja a relação, um dia haverá frustrações inesperadas, expectativas não correspondidas e reconhecimentos que tardam a vir. Se procurarmos pessoas perfeitas para amar, é melhor vivermos ilhados, pois elas não existem.Se você não for capaz de revelar seus sentimen­tos, terá grande chance de levar para seu túmulo o melhor tesouro que possui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário